sexta-feira, 16 de julho de 2010

Castrar é mais do que recomendado

Castrar o seu bichinho é um ato de amor!!
Saiba como castrar o seu animal é benéfico para ele.

Castrar é pilar fundamental da posse responsável – parte 1

Veja a importância da castração e desvende os mitos que cercam o tema

Por Helena Jacob

Imagine uma linda gatinha de seis meses: uma fofura, com ar e comportamento de filhote. Você nem poderia imaginar que, mesmo com esse jeitão de criança, é nessa idade que a maioria das fêmeas de gatos entra em idade reprodutiva. E que, dois meses depois, a mesma gata pode ser mãe de três, quatro, cinco, seis ou até, pasmem, sete gatinhos.

Agora, faça as contas: se essa gatinha der à luz quatro outras fêmeas, em seis meses elas poderão também trazer ao mundo, cada uma, mais seis gatinhos, por exemplo. Basta um mero cálculo de progressão geométrica para imaginar o ritmo frenético em que uma comunidade felina (ou canina) pode crescer.

“Ah, mas o problema é ter fêmeas, vou adotar um gato macho e não terei problemas”. A pessoa que pensa isso deve ter esquecido as aulas de biologia da escola e de que, para nascer um gatinho, é necessário, além do óvulo da fêmea, do espermatozóide do macho.

Quem vai emprenhar aquela gatinha do primeiro exemplo? Justamente o gato da pessoa que não quer problemas. Esse gato, se tiver acesso à rua pode ser, em menos de um ano, o nada orgulhoso pai de algo em torno de 200 gatinhos, chutando um número baixo.

Esse quadro mostra o tamanho da responsabilidade do dono de um animal. Deixar a reprodução de gatos e cachorros por conta da “natureza” pode causar danos terríveis ao meio ambiente e ao meio urbano onde vivem pessoas e animais, e resultar em um ato dos mais cruéis: o abandono.

Ao ver sua gata prenha ou com vários filhotinhos, muitos “donos” irresponsáveis querem se livrar logo desses “pequenos-grandes problemas”, e abandonam os gatinhos e cachorrinhos em terrenos baldios, parques, latas de lixo. Deixados à própria sorte, muitos morrem das maneiras mais cruéis que se pode imaginar.

Mas qual é uma das grandes soluções para combater o abandono? A resposta é castrar seu animal de estimação. Trata-se de um procedimento cirúrgico simples e que evita o sofrimento de milhares de animais que seriam abandonados.

Há muito preconceito que cerca a castração. Um dos pensamentos mais comuns sobre o assunto é que seria “crueldade não deixar os gatos e cachorros satisfazerem seus instintos sexuais”. É bom lembrar que animais fazem sexo para procriar. Não há comprovação científica de satisfação sexual. Crueldade mesmo é ver filhotes de gatos e cachorros morrendo de fome, frio, atropelamentos e doenças infecciosas.

Castração sem mitos

Há muitos mitos que cercam o ato cirúrgico de castrar um animal, além do medo do dono de levar seu bichinho de estimação para uma mesa de cirurgia.

É importante esclarecer que, hoje, uma castração é um ato cirúrgico dos mais simples. Mesmo a anestesia geral, que causava medo em muitos donos, foi aperfeiçoada e hoje é bastante segura. Além do anestésico tradicional, injetada na veia, há opções, como a forma inalatória, por exemplo.

A veterinária Fabiana Pereira, da clínica veterinária Golden Dog, afirma que castrar traz vários benefícios comprovados. "Para as fêmeas, além da castração evitar a procriação excessiva, ela previne problemas de útero, desiquilibrio hormonal e a probabilidade de câncer de mama. Para os machos a castração diminui o comportamento de demarcação de território, a agressividade, a vontade do gato sair na rua e, consequentemente, adquirir outras doenças”, completa.

Outro medo comum aos proprietários é que o animal engorde depois da castração. Isso não procede, pois o que faz um animal engordar é o mesmo que faz um humano engordar: falta de exercício e excesso de comida.

A veterinária Fabiana concorda: "Qualquer gato engorda se vive em ambiente pequeno e tem comida à vontade, independente da castração. Em geral os gatos castrados ficam mais parados e por isso não saem muito, mas basta acertar a quantidade e horários os adequados de alimentação."

A jornalista Andréa cita o exemplo do seu gato amarelo Sebastian, adotado há cerca de um ano e meio. Ela conta que logo que ele se recuperou do stress do abandono e ganhou carinho em casa, começou a engordar. “Aos seis meses de idade ele já era grandão e gordinho. Mimei demais”, brinca.

Castrado nessa época, ele não engordou mais, só cresceu. “Ele parece um Maine Coon, de tão grande, mas não é gordo. E eu percebi que o Sebastian ficou mais calmo e dócil depois da castração”, afirma. Ela afirma que faz campanha entre amigos do trabalho para que também castrem seus cães e gatos. “O problema do abandono é muito sério, temos que conscientizar as pessoas”, garante.

Continua…


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